terça-feira, 30 de outubro de 2007

And isn't it ironic?

Eu não tenho medo dos americanos, nem dos idiotas, nem dos políticos - mas tenho medo de segurar-lhe a mão, e que você se esquive de mim. Eu não tenho medo da morte, mas de que tu me evites mais; eu te aviso, matador: um dia eu te terei. "Alguém viu touros gostarem de toureiros." Não tenho medo dos computadores, nem dos vírus exterminadores; eu afundei tanto como gladiador que eles desapareceram. Eu adoraria muito te levar ao porto, te refazer, o sopro do conquistador - mas eu tenho medo que você brinque de toureador, e que você se esquive mais de mim. Mas eu te aviso, matador, que um dia eu te terei. "Alguém viu touros gostarem de toureiros." Você precisa respirar, e isso não é fácil - você não vai morrer de rir, eu tenho certeza.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Esquilo Não Samba

Imagine-se na seguinte situação: você está andando tranqüilamente na rua, sozinho, observando as nuvens e as pessoas. Você carrega consigo algum alimento ou bebida - no nosso caso, você está carregando um refrigerante. Como já dito acima, você anda despreocupadamente. Então, repentinamente, uma pessoa que lhe é completamente estrnha lhe aborda e pede um pouco do seu refrigerante. Você (1) estranha e sai correndo; (2) estranha e dá um pouco para a pessoa ou (3) finge que não vê?

Engraçado, eu estava comentando isso com um primo meu e cheguei à conclusão de que, por mais estranho que seja, a maioria das pessoas iria dar um gole do refrigerante para o estranho. XD

domingo, 28 de outubro de 2007

oi, eu sou você amanhã.

Eu.nasci.com.fama - Móveis Coloniais de Acaju
Composição: Leonardo Bursztyn e André Gonzales

O homem nasceu, pelado e ateu
Levou um tapa na bundinha e um boné recebeu
Nem nome ele tinha, deixaram a audiência escolher
Acessando seu site, seu e-mail ou ICQ
Depois de longa votação, elegeram João
Um nome simples, bonito, simboliza a nação
Lhe arranjaram uma parceira igualmente conhecida
O que só aumentou o interesse sobre sua vida
E ela fez com ele o que era mais provável
Sentiu na carne como era descartável

Intensa exposição
Dominava todos os meios de comunicação
Então foi fácil aparecer
Vestindo slogans, usando marcas na TV

Não foram quinze segundos, mas a vida inteira de fama
Que não amenizaram, porém, seu imenso drama
Não sabia se existia, ou se era mera criação
De uma mídia arrependida que clamava por seu perdão

Então, um certo dia
Olhou pra lua e viu que ela não mais refletia
Apenas um slogan ocupava a bela bola
Com simples dizeres: Beba Coca-Cola

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Essa música me lembra O Show de Truman.
E A MÚSICA É MUITO BOA TAMBÉM *.*
Móveis é bom demais xD
Baixe aqui: http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=6232

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sábado, 27 de outubro de 2007

Hábitos populares

Há mais ou menos dois meses, o Gabriel leu, em algum lugar, que um cara chamado Professor Luizinho (não me lembro ao certo o nome do indivíduo) - que, segundo as fontes, havia previsto uma série de catástrofes pelo mundo inteiro - "preveu" que Resende, a cidade onde eu moro, seria atingida por uma tempestade terrível, que destruíria a cidade toda e blá blá blá. Confesso que, mesmo rindo da situação, eu fiquei ligeiramente encucado com a previsão. Tal qual na segunda (segunda?) série, quando haviam dito que o mundo ia acabar e etc, mesmo eu não acreditando (sou cético pra caramba em relação à isso), eu fiquei ligeiramente perturbado com a notícia.

Segundo o cara, Resende ia acabar no dia 17 de Outubro de 2007.

No dia 13 de outubro eu viajei. Nesse período, boa parte da minha família já havia tomado conhecimento da notícia, através destes programas sensacionalistas da vida. Ok, dia após dia eu achava mais graça da situação, mas ficava preocupado na mesma proporção. Nós voltamos de viagem no dia 15, e mesmo que o tal cara já tivesse sido desmascarado e o escambau (segundo minha tia, ele havia sido preso), eu estava cada vez mais preocupado. Pensamentos diversos vieram à minha cabeça: eu vou morrer depois de amanhã. E AGORA? Poxa vida, eu ainda sou virgem (xD). Nunca ouvi The Who, e nunca mais vou poder ouvir (sim, eu confesso xD e é estranho pensar em música nesses momentos). E todas as minhas vontades? Todos os meus planos, eles iriam ter fim assim, tão bruscamente? Pessoas que não tive a oportunidade de conhecer, lugares que não tive a oportunidade de conhecer, shows que não fui, livros que não li... O dia 16 veio melancólico, e o primeiro sinal de chuva me arrepiou. É, eu confesso, o cara tinha me deixado paranóico O.O No dia 17 só faltou eu me despedir de meio mundo xD Mas o dia amanheceu, entardeceu e anoiteceu sem sinal de devastação. Eu acordei no dia 18 me sentindo o cara mais sortudo do mundo (o.o)

Isso foi, em certa parte, interessante, pois meio que me instigou à ver o que eu quero/tenho que fazer para o futuro, e que eu posso não ter essas chances, esses "amanhãs", "porque se você parar pra pensar, na verdade não há". (Renato Russo)

Mas, o mais engraçado dessa história toda foi hoje. Dia 27 de outubro, longe de qualquer suspeita sobre qualquer devastação, estava eu no treino de volêi, quando, de repente, do nada, inesperadamente, um sol devastador é substituído por uma violenta tempestade, com muito vento e barulhos assustadores. Meu coração quase saiu pela boca. Se todos nós íamos morrer, que eu morresse perto da minha mãe. XD

P.S.: Alguém notou quantas vezes eu usei a palavra "devastação" e suas derivadas neste post? xD

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

You were my very own pathetic character

PJ Harvey me faz bem.

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(...) Ex-futuro diplomata,
quão triste será o fim
do filho de quem a sua mãe tanto se orgulhava?
Você nunca me enganou – saia por onde entrou
(ele é sempre quieto assim?)

Receba os cumprimentos de seja lá quem for
disfarce o seu mal pressentimento ou seja lá o que for
Saia por onde entrou
saia por onde entrou
você nunca me enganou
saia por onde entrou – porte-se como um bom perdedor (...)

(Ludovic - Atrofiando/Recém-Convertido/Ex-Futuro Diplomata)

Eu me portei como um bom perdedor. Agora, quando eu vejo suas fotos, ou procuro você em meio à massa de pessoas que povoam os lugares que freqüentamos, eu vejo o quão burro eu fui. É legal sofrer por isso, sofrer desse modo tão brega, quiçá estúpido. Eu acho legal.

(...)

Saia por onde entrou.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Boa-noite e boa-sorte

São em momentos como esse que eu percebo o quanto música, frio e solidão me fazem bem.

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FRANZ FERDINAND - AUF ACHSE
Composição: Alex Kapranos, Nick McCarthy, Bob Hardy, Paul Thomson

You see her, you can't touch her
You hear her, you can't hold her
You want her, you can't have her
You want to, but she won't let you
You see her, you can't touch her
You hear her, you can't hold her
You want her, you can't have her
You want to, but she won't let you

She's not so special so look what you've done, boy
She's not so special so look what you've done, boy
She's not so special so look what you've done

Now you wish she'd never come back here again
Oh, never come back here again

You see her, you can't touch her
You hear her, you can't hold her
You want her, you can't have her
You want to, but she won't let you
You see her, you can't touch her
You hear her, you can't hold her
You want her, you can't have her
You want to, but she won't let you

She's not so special so look what you've done, boy
She's not so special so look what you've done, boy
She's not so special so look what you've done

And now I'm nailed above you, pushing from my side
It's with your sins that you have killed me
Thinking of your sins I die, thinking how you'd let them touch you
How you'd never realise that I'm ripped and hang forsaken
Knowing I will never rise again

You see her, you hear her
You want her, you want to

You see her, you still hear her
You want her, you still want to



Ela nem é tão especial, e vejam só o que eu fiz.

Aracnofobia

Era um dia chuvoso, frio e preguiçoso quando ela lhe telefonou dizendo que sentia saudades. Ele ficou confuso. Viu o número no identificador de chamadas, sabia quem era - era ela -, mas ainda assim atendera. Deixou a ligação terminar, ouviu os pingos na janela, olhou para o telefone e sentiu uma intensa vontade de sair correndo na chuva, escorregando e sujando suas roupas, ir até sua casa e dizer o quanto a odiava.

Só não o fez porque a cafeteira estendida à sua frente era extremamente tentadora.

Esparadrapo

O rapaz observou as águas ferozes e barulhentas abaixo de si, olhou para o céu e perguntou-se qual seria o motivo de tamanhas complicações. Pediu por um Deus, ironia pura – justo ele, o ateu-mor, pedindo por um Deus. Pensou na quantidade de pessoas que naquele exato momento estariam passando pelas mesmas complicações que ele, e perguntou-se se elas estariam pedindo por um Deus. Perguntou-se o porquê das pessoas pedirem por um Deus durante as suas complicações. E se Ele atendesse? Milagre ou coincidência? Pensou em Charlotte e no quanto ela choraria (ela choraria?) quando os policiais batessem à sua porta no dia seguinte, bem cedo, com aquela cara fúnebre, coçando suas cabeças, desconcertados, como mandava o protocolo. “Nós sentimos muito”, eles diriam, então dariam as costas e iriam embora para as suas casas, brincar com seus filhos e amar suas esposas, porque eles não tinham nada a ver com aquilo. O máximo que eles poderiam comentar sobre tudo aquilo era como aquele corpo era pesado, e caso falassem mais, falariam que aquele rapaz só queria o seu Deus na hora em que ele mais precisava.

1 online agora.

Muito obrigado.